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terça-feira, 12 de agosto de 2014

Olimpíada de Robótica mobiliza 14 escolas da rede


Menos de um mês depois de três escolas da rede conquistarem títulos em um dos maiores eventos de tecnologia e de inteligência artificial do mundo, a RoboCup, realizado em João Pessoa, na Paraíba, alunos de 14 Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emefs) de Porto Alegre voltarão a competir, dessa vez em solo gaúcho. Trinta e seis equipes disputarão a etapa regional da Olimpíada Brasileira de Robótica 2014, que será realizada em São Leopoldo, na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).

Na edição deste ano, 17 estudantes de três Emefs alcançaram cinco vezes o topo do pódio nas categorias Dance Primary e Rescue Primary. A equipe Ildobótica, da Emef Governador Ildo Meneghetti, foi campeã do SuperTeam (composição de equipes com instituições da China e da Alemanha), na modalidade Dance Primary.

A equipe TecnoDolores, da Emef Dolores Alcaraz Caldas, ergueu os prêmios Best Practice in Code e Best Pratice in Development, na modalidade Rescue Primary. A Emef Heitor Villa Lobos, representada pela equipe Lobóticos, ficou com mais dois troféus do SuperTeam: Entertainment Award e Performance Award.

Na manhã desta sexta-feira, 8, os campeões e seus professores foram homenageados pelo prefeito José Fortunati e pela secretária municipal de Educação, professora Cleci Maria Jurach. A cerimônia, realizada no Paço Municipal (Praça Montevidéu, 10 - Centro Histórico), também serviu para os jovens apresentarem os planos para o futuro. A experiência e o conhecimento acumulados na RoboCup 2014, quando superaram nove rodadas, em três dias de provas, serão incorporadas aos novos desafios. O objetivo é conquistar uma vaga na RoboCup 2015, na China.

“Estamos estudando um plano para que o nosso trabalho se destaque mais nos próximos eventos”, explicou João Gabriel Silva Pinto, da Emef Dolores Alcaraz Caldas. Ele e os colegas Breno Tadeu Moreira da Rocha e Mateus Silva do Nascimento notabilizaram-se na aplicação de diversos conceitos de mecânica, de computação e de sistemas digitais. Os alunos desenvolveram um robô cuja estrutura mecânica mostrou-se de tal forma eficiente a ponto de, sem nenhuma intervenção humana e com movimentos milimétricos, conseguir salvar uma suposta vítima em situação de risco. O grupo já visa à seletiva nacional, que ocorrerá em São Carlos, interior de São Paulo, no dia 19 de outubro.

Retrospecto - Se depender do retrospecto da rede, a classificação está garantida. Nas últimas duas Olimpíadas Brasileiras de Robótica (2012 e 2013), as Emefs conquistaram 120 medalhas na modalidade teórica e vários primeiros e segundos lugares em outras modalidades. Na Mostra Nacional de Robótica, de 2012, os alunos da rede conquistaram 34% das bolsas de iniciação científica ofertadas como prêmio aos melhores projetos. Em 2013, a Emef Heitor Villa Lobos e Ildo Meneguetti classificaram entre as dez melhores equipes da RoboCup, realizada na Holanda.

O sucesso das campanhas das instituições da rede deve-se ao alto nível dos professores e aos investimentos. “A secretaria Municipal de Educação (Smed) investiu nos últimos anos mais de R$ 1 milhão em equipamentos, treinamentos e viagens”, informa a coordenadora de Inclusão Digital da Smed, Daniela Bortolon da Silva. “As conquistam provam que, mesmo em escolas situadas na periferia da Capital, é possível desenvolver projetos pedagógicos e tecnológicos de qualidade”, acrescentou a secretária Cleci.

Escolas vencedoras


EMEF Governador Ildo Meneghetti - Com quatro alunos inscritos, sagrou-se campeã mundial, ao lado de instituições parceiras da Alemanha e da China, na modalidade Dancy, do SuperTeam. O projeto apresentado foi uma performance de jogo de futebol. Os dois robôs, criados pela Emef, foram feitos com peças de Lego, e as cabeças com papel machê. Cada robô simbolizava duas raças (oriental, africana, indígena, alemã). A associação do trio de nações conseguiu “alterar”, na simulação com robôs, o resultado da partida entre Brasil e Alemanha pela Copa do Mundo 2014. Em campo, os robôs brasileiros, depois de sofrerem sete gols da seleção alemã, empataram a partida no segundo tempo. Coube aos chineses a arbitragem.

EMEF Dolores Alcaraz Caldas - Com três alunos inscritos, arrematou o prêmio de melhor programa desenvolvido para a categoria Junior Rescue Primary. Venceu na modalidade Técnica Individual e Performance. A categoria consiste na simulação de um cenário de desastre na qual o robô deve superar diversos obstáculos para resgatar um objeto.

EMEF Heitor Villa Lobos - Com dez alunos inscritos, conquistou o título de campeão, junto com as instituições de Portugal e da China, na modalidade Técnica Individual e Performance, do SuperTeam. Também conquistaram o prêmio Entretenimento, na categoria Dança de Robôs. Os robôs, uma lixeira robótica e dois gatos, foram construídos com inspiração no musical Saltimbanco, de Chico Buarque, com adaptação da fábula musical Musicanti, dos italianos Luiz Enriquez e Sérgio Bardotti.

Estudantes municipais apresentam projetos vencedores na Robocup


Os gatos do famoso musical Os Saltimbancos da década de 70 não perderam o charme e ganharam um forte aporte tecnológico pelas mãos dos alunos da Emef Heitor Villa Lobos. Envolvidos em um projeto de robótica, os estudantes criaram felinos com peças de Lego e papel machê. Já outro grupo, da escola Governador Ildo Meneghetti, escolheu a música Black or White, cujos robôs dançarinos imitam Michael Jacson. Os projetos foram vencedores de um campeonato mundial de inteligência artificial ocorrido em julho e receberam o reconhecimento do prefeito José Fortunati na manhã desta sexta-feira, 8. 

A Robocup 2014 é considerada a Copa do Mundo da robótica. Reunindo cerca de 50 times de todo o mundo, o campeonato ocorreu pela primeira vez na América Latina e levou 17 alunos e quatro professores da rede municipal de ensino, das Emefs Governador Ildo Meneghetti, Doloroles Alcaraz Caldas e Heitor Villa Lobos a João Pessoa, na Paraíba, entre os dias 19 e 25 de julho. As equipes conquistaram quatro títulos em três modalidades.

“É um orgulho muito grande para qualquer prefeito o  que estamos vendo hoje aqui. São escolas de periferia que receberam o reconhecimento mundial em uma disputa em que são submetidos a criarem soluções em poucas horas e sem a ajuda do professor. É a prova de que a rede pública tem qualidade”, disse o prefeito, logo após receber a explicação de outro projeto vencedor da Emef Dolores Alcaraz Caldas. Nesse, os alunos simularam um cenário em que o equipamento supera obstáculos para resgatar um objeto. “É simples, quando a gente gosta e se interessa”, resumiu Mateus Silva, de 13 anos, ao explicar, orgulhoso de sua criação. Mateus revela também que a experiência já o leva a pensar em seguir a profissão. “No mínimo, um curso técnico vou fazer no futuro.”

O estímulo à robótica teve início em 2007 na rede municipal. Já foram investidos cerca de R$ 1 milhão, desde compra de peças até passagens aéreas. Atualmente, 17 escolas desenvolvem o projeto de robótica, com cerca de 20 alunos em cada uma. De acordo com a secretária de Educação, Cleci Jurach, os títulos recebidos pelos alunos são resultado de um trabalho de equipe. “Quando se tem um grupo de professores qualificados, vemos esse trabalho magnífico sendo apresentado. É um trabalho diferenciado feito por diretores e professores que têm enorme desejo de produzir”, elogiou Cleci. 

Robocup 2014 – A Robocup foi fundada em 1997 com o principal objetivo de desenvolver até 2050 uma equipe de futebol formada por robôs, capaz de vencer a seleção mundial campeã da Copa do Mundo Fifa, daqui a 36 anos. É considerado o maior evento mundial de robótica e inteligência artificial. A Robocup estimula os alunos a desenvolverem facilidades ao mexer com tecnologia, iniciação científica, e induz à superação dos limites individuais e coletivos. É um incentivo à criatividade e ao trabalho em equipe. Além desse campeonato, os alunos da rede municipal participam de diversos eventos e concursos de robótica e vêm ganhando destaque na área. Nos últimos 3 anos, participaram de 21 eventos, com 57 projetos premiados